domingo, 24 de outubro de 2010

Obesidade Infantil


Foi-se o tempo em que ter uma criança gordinha em casa era sinal de saúde. Essas crianças de ontem são os adultos hipertensos, diabéticos e com doenças cardiovasculares irreversíveis de hoje. Atualmente, o tempo que as crianças e adolescentes passam em frente à televisão, aos computadores e video games é bem maior do que o recomendável e acaba tomando o tempo que seria destinado à prática de esportes ou alguma atividade física. A professora de Educação Física, mestre em avaliação nutricional e pesquisadora Alynne Christian Ribeiro Andaki descobriu que as crianças de hoje desperdiçam, em média, cinco horas com o chamado “tempo de tela”. “Então, mais de 70% dessas crianças estão passando muito tempo sentadas. Além desse tempo em casa, tem o tempo na escola, que elas já ficam sentadas”, alerta. A falta de uma atividade física mais regular dentro das escolas torna-se um agravante. “O exercício frequente ainda consegue controlar os demais fatores da síndrome metabólica. Se temos uma criança acima do peso, mas é ativa, ela terá menor predisposição a desenvolver hipertensão e diabetes quando adulta. E a recomendação em termos de exercício é de 13 mil passos para os meninos e 12 mil para as meninas, o que revela mais atividades para as crianças do que para os adultos, que precisam dar pelo menos 10 mil passos”, afirma a pesquisadora. Da amostra pesquisada em Viçosa (MG), apenas 13% dos meninos conseguiram atingir essa marca, e no caso das meninas o alcance da meta ainda foi mais baixo. “Isso significa que as crianças de hoje não estão conseguindo realizar o mínimo de atividade física exigido para seu próprio desenvolvimento. Dentro das alternativas que propus para identificação da síndrome metabólica, vimos que o percentual de gordura corporal tem forte associação com a síndrome e a maior parte das meninas apresenta peso muito mais alto do que o recomendado”, frisa Alynne. O motivo seria o comportamento delas, ou seja, menor nível de atividade física. Um problema muito mais cultural do que físico, de acordo com a pesquisadora. A recomendação da especialista aos pais é de que essas crianças pratiquem mais esportes ou mesmo realizem atividades como caminhada, saindo do sedentarismo e tendo uma alimentação mais baseada em frutas e legumes.

Fonte: Portal da Educação Fisica


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pesquisa comprova que salto alto provoca varizes e doenças venosas


Perigos do salto alto Pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, comprovou cientificamente o que, na prática, muitas mulheres já sabiam. Salto alto, principalmente utilizado por longos períodos, pode dar origem a varizes e outras doenças venosas como vasinhos, flebites e até tromboses. Os resultados, os primeiros segundo protocolos internacionais, vão permitir que os médicos orientem adequadamente as mulheres sobre os riscos do salto alto, assim como ajudarão a eliminar outras explicações para problemas circulatórios. Circulação do sangue O sangue chega às pernas pelas artérias e volta pelas veias, como se fossem duas ruas de mão única, uma vai, outra vem. Esse fenômeno, chamado de retorno venoso, é fundamental na circulação. A origem da maioria das doenças venosas é a sobrecarga ou a desorganização deste circuito, por exemplo, permitindo que a veia funcione como uma rua de mão dupla ou que haja grande volume residual de sangue, comprometendo a função hemodinâmica do sistema venoso, ou seja, o fluxo sanguíneo nas veias. O uso do salto alto, segundo dados da pesquisa do médico Wagner Tedeschi Filho, impede que o tornozelo trabalhe em seu ângulo ideal. Isso limita a articulação e leva a um encurtamento do curso de trabalho da panturrilha. "A panturrilha não contraindo de forma ideal acaba por bombear mal o sangue e há uma queda na fração de ejeção de sangue, ou seja, sobra mais sangue na perna, o chamado volume residual venoso. Esse resíduo pode provocar hipertensão venosa nos membros inferiores, dando origem a varizes e outras doenças venosas", afirma Tedeschi Filho. Salto alto e circulação A pesquisa foi dividida em duas partes. A primeira avaliou a influência da altura e do formato dos saltos em 30 mulheres, com idade entre 20 e 35 anos. Cada uma das voluntárias foi avaliada, por meio do exame chamado pletismografia a ar, em quatro situações: a voluntária calçada com salto de 3,5 centímetros (cm), salto agulha de 7,0 cm e salto plataforma, tipo Anabela, de 7,0 cm, e descalça. As mulheres foram submetidas aos testes uma única vez com cada tipo de calçado diferente. "Esse aparelho, semelhante ao de medir pressão no braço, foi acoplado na perna e a um computador e permitiu obter em tempo real gráficos sobre a função hemodinâmica do sistema venoso. Esses gráficos nos deram os índices de variação do volume da perna durante um movimento e com isso soubemos se estava ou não havendo problemas no fluxo venoso." Entre as informações obtidas, Tedeschi Filho destaca os valores do índice de enchimento venoso, que mede a saúde venosa global da perna, a fração de ejeção, que mede a capacidade da panturrilha ejetar sangue venoso, e, ainda, a fração de volume residual, que mede o resíduo de volume da perna. Os resultados mostraram que o maior volume residual ficou com os saltos de 7,0 cm, tanto agulha quanto plataforma. Enquanto o volume residual venoso considerado normal é de 35%, nesses saltos chegaram a 59% em média, na plataforma, e 56%, no agulha. Já o salto comum, 3,5 cm, deixou 49% de resíduo, enquanto descalço foi de aproximadamente 35%. "Não foi apenas uma maior retenção venosa que o salto alto provocou, também ficou prejudicada a capacidade de contração da panturrilha. Além disso, o salto plataforma apresentou uma tendência a ser ainda mais deletério que o salto agulha", alerta o pesquisador. Segundo ele, o estudo mostrou que quanto maior o tempo de uso do salto, maior a exposição a esse fator prejudicial. Numa segunda parte da pesquisa foi aplicado um questionário, respondido por 50 mulheres que usam salto alto, também com idade entre 20 e 35 anos, algumas que participaram da primeira parte, as dos testes. Todas as voluntárias não eram obesas e não tinham diagnóstico de doença venosa. "Os resultados desses questionários mostraram que as voluntárias queixam-se de dor mais frequentemente após períodos maiores de uso de salto".